20 julho 2012

POLÍTICA







PIG ensaia abandonar mais outro 
"companheiro ferido" na estrada




Por Eduardo Guimarães, em seu Blog





Só para que não passe batido também esta. Você se lembra do que o PIG disse logo após a cassação de Demóstenes Torres? Vamos lá, puxe pela memória. Faz só uma semana… Lembrou-se? Vejamos: um se lembrou, dois se lembraram…
Ah, você, aí no fundo, não se lembra? Então vou lhe refrescar a memória. Segundo o Partido da Imprensa Golpista, a CPI do Cachoeira, com a cassação de Demóstenes, seria “esvaziada”.
O que está acontecendo, porém, desmente o PIG.  De novo.
Lembra-se de que esses “colonistas” (By PHA) disseram que Lula teria “errado a mão” quando engendrou a CPI do Cachoeira para “se vingar” de Marconi Perillo por ter dito publicamente, há alguns anos, que teria “avisado” o ex-presidente sobre o “mensalão”?
Lembra-se, leitor, de quando o PIG disse que a CPI que Lula teria engendrado para “se vingar” havia se tornado um “bumerangue” que se voltaria contra ele mesmo, seu partido e até contra o governo Dilma?
Lembra-se, leitor, de quando o PIG disse que havia muito mais indícios contra Agnelo Queiroz do que contra Perillo?
O fato é que a situação do governador de Goiás se agravou muito, da cassação de Demóstenes para cá. E se agravou exatamente na CPI que o PIG dizia que seria “esvaziada”. Apesar do recesso parlamentar, porém, os trabalhos continuaram e já flagraram contradições graves de Perillo.
Como foi dito aqui, tudo o que os depoentes disserem na CPI poderá ser usado contra eles.
Alguns se preservam e se valem do direito constitucional de não produzirem provas contra si, mas os governadores de Brasília e Goiás, entre outros, não puderam se valer desse estratagema porque foram convidados a depor como “testemunhas”.
Quando o PIG e o PSDB desandaram a defender Perillo após seu depoimento à CPI, foi dito aqui que seu depoimento fora ruim, evasivo, e que as absolvições in limine que estava recebendo eram vãs porque ele seria confrontado, mais adiante, com as próprias palavras.
É o que está acontecendo. A CPI já fala em “reconvocar” o governador de Goiás, o que está produzindo um fenômeno inédito: o núcleo duro da mídia tucana, assim como fez com Demóstenes (quando não teve mais jeito), agora ameaça abandonar Perillo.
Jornalistas da Veja e da Globo que só sabem atacar o PT, de repente começam a clamar que o PSDB pare de defender Perillo e até que o expulse, caso contrário o partido cairia “na mesma vala que o PT”.
É piada, não? Segundo a Justiça Eleitoral quem está na vala não é o PT, mas o DEM e o PSDB, dois dos partidos com maior índice de cassação de mandatos por corrupção dos que elegem. Muito acima, aliás, do PT, que ostentava, no último dado divulgado, a 10ª colocação.
Esses movimentos desses “colonistas”, assim, são uma péssima notícia para Perillo. Sua expulsão do PSDB significaria estar a dois passos da cassação de seu mandato de governador com as conseqüências todas que isso encerra, tal como perda de foro privilegiado.
Contudo, há um fator que embaralha todo o previsível. Note-se que esses jornalistas do PIG que já começam a pedir a cabeça de Perillo estão atacando o PSDB mais do que o normal, do que se depreende que o partido pode receber um baque logo, logo.
Uma possibilidade: Perillo fez voarem por aí ameaças de retaliação ao PSDB caso este o “abandonasse ferido na estrada”. E, à época, o partido afinou e cerrou fileiras em torno dele.
Outra possibilidade: o silêncio de Serra, que nem parece estar em campanha. A CPI do Cachoeira está cada dia mais perto dele. Perigosamente perto. E poucos sabem quão perto.
Neste momento, vale lembrar as palavras do filósofo tucano Paulo Preto: “Não se abandona um companheiro ferido na estrada”. Ele sabia do que estava falando. Só não se sabe se o PIG sabe o que ele sabe. Mas, se não souber, irá descobrir.




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