28 julho 2016

ASSIM, ATÉ EU

Aumento das despesas no Jaburu


Redação


expectativa



Muito se fala e compartilha nas Redes Sociais sobre os gastos da presidenta afastada Dilma Rousseff, e outros integrantes do governo, provisoriamente afastados, no dia a dia. Pouco se fala, ou foi notado, o aumento de gastos no Palácio do Jaburu, onde mora o ex-vice decorativo, atual presidente usurpador, Michel Temer, o breve.

Um item chama a atenção pelo aumento estratosférico do seu consumo: Citrato de Sildenafila. (Trata-se do princípio ativo dos medicamentos para disfunção erétil.).

200.000% (Duzentos mil por cento) Isso mesmo, senhores, du-zen-tos mil por cen-to.

A explicação é que, antes de usurpar a presidência, ele, o vice, só transava com a vice-primeira dama. Agora, que assumiu interinamente a presidência, tem que f... a população brasileira. A parte mais pobre, diga-se de passagem. Haja Viagra.   




Fonte: www.despesasdojaburu.engov.br













12 julho 2016

SOLIDEZ QUE SE DESFEZ

Sobre Temer e o céu de mentira


michel-temer-nao-ha-esperanca
Que leva os analistas de mercado a calar, diante dos mega-déficits anunciados pelo governo interino? E que terá levado Dilma a crer que faria sucesso derrubando os investimentos públicos?
Por Laura Carvalho, no sítio OUTRAS PALAVRAS
A aparente solidez do bloco social e político que afastou Dilma Rousseff do exercício da Presidência desfez-se em menos de 90 dias. Somado ao constrangimento das revelações diárias do envolvimento das principais lideranças políticas do governo interino com esquemas vultosos de corrupção, o anúncio de deficit públicos recordes para 2017, e quiçá 2018, apressou o desembarque de alguns analistas econômicos.
Os termos da renegociação da dívida dos Estados, a licença para gastar concedida aos ministérios da base e a aprovação dos reajustes para o funcionalismo fizeram com que a generosidade dos economistas tidos como mais sérios desse lugar ao ceticismo. O mesmo não vale para muitos analistas no mercado, que, diga-se de passagem, ainda mostram tolerância inédita com a situação fiscal em degradação.
A perda de força do discurso que atribuía toda a previsão maior de deficit a herança maldita de Dilma pode abrir espaço para um debate mais honesto acerca da questão fiscal.
Os dados apresentados no “Texto para Discussão” nº 2.132, de Sergio Gobetti e Rodrigo Orair, do Ipea, mostram que as despesas do governo federal cresceram em termos reais a taxas acima do PIB nos últimos quatro mandatos presidenciais: em média 3,9% no segundo mandato de FHC; 5,2% e 4,9% nos dois mandatos de Lula e 4,2% no primeiro mandato de Dilma (incluindo as despesas das chamadas pedaladas fiscais). Os gastos com o funcionalismo cresceram a taxas muito inferiores e tiveram sua menor expansão (0,2%) justamente no primeiro mandato de Dilma Rousseff.
O mito da gastança talvez se apoie no aumento das despesas com benefícios sociais, incluindo aposentadorias e pensões do INSS, seguro-desemprego, Bolsa Família e outros benefícios. O que os dados mostram, no entanto, é que o total dessas despesas cresceu 5,2% no governo Dilma, ante 5,9% no segundo mandato de FHC, por exemplo. Ou seja, esses gastos vêm crescendo acima do PIB desde 1999, tanto por fatores demográficos quanto pelo desejado aumento da formalização e do salário mínimo.
Uma diferença é que nos governos anteriores as receitas também cresciam mais: 6,5% no segundo mandato de FHC; 5,2% e 4,9% nos dois governos Lula (mesmo com o fim da CPMF no segundo mandato) e só 2,2% no primeiro mandato de Dilma. Ou seja, a deterioração nas contas públicas deve-se em boa medida à queda da arrecadação tributária, fruto das desonerações concedidas e do baixo crescimento econômico.
A substituição dos investimentos públicos – que passaram de uma expansão de 21,4% no segundo governo Lula para uma queda de 0,5% no primeiro mandato de Dilma – por uma política de desonerações tributárias que totalizará R$ 458 bilhões até 2018 não parece ter sido uma boa aposta.
O governo Temer acrescentou a essa estratégia um relaxamento fiscal fisiológico para garantir o impeachment, com impactos deletérios sobre o deficit dos próximos anos e baixo efeito multiplicador sobre a renda e o emprego. O paraíso prometido com a derrubada da presidente Dilma revela-se cada vez mais “um céu de mentira, presente do passado que não muda”, deve lamentar o poeta – de novo indignado – Augusto de Campos.


SEM CRIME

A Comissão da Mentira


Mino Carta, na Revista CartaCapital



Destaco dois trechos da carta dirigida à Comissão Especial de Impeachment pela presidenta afastada Dilma Rousseff, lida na sessão de 6 de julho por seu advogado, José Eduardo Cardozo. 
“Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça.”
“Na minha vida, os que me conhecem sabem que incorri provavelmente em erros e equívocos, de natureza pessoal e política. Errar, por óbvio, é uma decorrência inafastável da vida de qualquer ser humano. Todavia, dentre esses erros, posso afirmar em alto e bom som, jamais se encontrarão na minha trajetória de vida a desonestidade, a covardia ou a traição. Jamais desviei um único centavo do patrimônio público para meu enriquecimento pessoal ou de terceiros. Jamais fugi de nenhuma luta, por mais difícil que fosse, por covardia. E jamais traí minhas crenças, minhas convicções ou meus companheiros em horas difíceis.”
Esclarece a presidenta que jamais lutará pelo privilégio da Presidência e sim em nome de um princípio: defender a Constituição de 1988. Determina a Carta que o impedimento somente será justificado por atos gravíssimos, a configurar os crimes de responsabilidade, diretamente praticados pelo presidente da República.
A existência desses crimes, sublinha Dilma Rousseff, há de ser plenamente provada em um devido processo legal, para assentar a responsabilidade de quem os cometeu. Conforme a reportagem que se segue, reconstituição minuciosa do próprio golpe em andamento, verifica-se a inexistência de quaisquer provas além de um conjunto de falsidades de sorte a justificar que os designados a encaminhar o processo ao plenário do Senado para a sessão decisiva compõem, com todos os atributos necessários, a Comissão da Mentira.
A carta de Dilma Rousseff é texto impecável para denunciar uma monstruosa injustiça perpetrada não somente contra a presidenta, mas também contra o País e a Nação. Rasga-se a Constituição, liquida-se a esperança de democracia, enterram-se os ralos avanços conseguidos desde o fim da ditadura. E o engodo imposto aos brasileiros pelo golpe, de fato demole o regime presidencialista que rege a República, com a arbitrária decisão, tácita mas concreta, e como tal levada adiante pelo complô, de manchá-lo pelo uso de uma fórmula parlamentarista, inadequada além de falaciosa.
Não se trata de discutir os erros cometidos por Dilma Rousseff, e já criticados, em diversas oportunidades e às vezes asperamente, por CartaCapital. A começar pelo estelionato eleitoral cometido logo após a posse do segundo mandato ao convocar um bancário fiel do neoliberismo para o Ministério da Fazenda, com o transparente propósito de agradar ao deus mercado. Não há erro, de todo modo, que justifique o impedimento.
Sempre ocorre, ao evocar os mandamentos do presidencialismo, citar Bush Jr., aquele presidente que declarou guerra contra o Iraque de Saddam Hussein ao sabor de uma clamorosa e criminosa mentira, conflito que precipitou atrocidades sem conta e matou dezenas de milhares de soldados de um lado e de outro, sem contar as vítimas civis. Em momento algum, o Congresso americano cogitou do impedimento do presidente e muito menos o solicitou a opinião pública.
Este processo a Dilma Rousseff nos envergonha e ofende a todos, mesmo quantos não percebem suas implicações e não imaginam suas consequências.